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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

As Minhas Leituras - Watchmen

Hoje trago talvez a mais importante análise já feita neste blog até agora. É ela a de Watchmen, o romance gráfico mais importante da história da banda desenhada. Foi escrita pelo lendário Alan Moore, desenhado pelo quase tão grande Dave Gibbons e emprestado por um tio meu.
Infelizmente não achei uma obra assim tão boa mas vamos abordar primeiro os aspetos bons. A primeira coisa é a sua importância enquanto ícone. Sim, eu defendo que sem esta obra os comics americanos não seriam tanta reputação nem os anos oitenta tenham ficado conhecidos como a idade de bronze dos comics. Apesar de tudo penso que esta não é a única responsável pelos acontecimentos referidos. Esta, a Saga da Fénix Negra, as histórias de Miller no Demolidor ou Claremont em Wolverine são realmente as principais e acho que o mérito não é todo de Moore.
Outro ponto bastante positivo é toda a história que é realmente boa e, sobretudo, inovadora. Em 1986 não era comum uma história de super-heróis não se centrar num grande plano de um super-vilão. Acho que tirando o final a história foi bem escrita e algo de diferente no meio de combates infindáveis contra Doutores Octopus e Caveiras Vermelhas. Foi também acompanhada pelos excelentes desenhos de Gibbons, aspeto de que gostei bastante.
Depois há também o universo: todas as personagens foram bem trabalhadas e têm algo que a maioria dos comics só atingiu relativamente recentemente; o realismo. Penso que se, hipoteticamente, fosse formado um grupo de vigilantes não teríamos um adolescente fotógrafo freelancer a lutar contra um homem mascarado de duende. Teríamos antes um veterano de guerra que assassina inocentes ou um líder de guerrilha fascista. E, nesse ponto acho que ganha a qualquer outra banda desenhada pois só com outras obras pós-Watchmen é que se viu isso de novo. E, sinceramente, nunca tão bem.
Infelizmente há alguns pontos negativos que até são mais pessoais do que outra coisa.
O primeiro deles é o extenso tempo de leitura que se torna maçador por vezes. Está também relacionado a outro grande defeito: o modo de contar a história é um pouco mau. A forma como Moore associa situações dos super-heróis à das pessoas normais é utilizado demasiadas vezes e, ao fim de algum tempo, torna-se maçador. Há ainda o ponto do Cargueiro Negro que continua a chatear-me por não ter quase relações nenhumas com a história principal. Mesmo assim, Moore continua a insistir e isso pareceu-me um erro crasso.
Por último e talvez a pior coisa é que, depois de muitas horas de leitura em que várias foram em momentos cansativos temos um final que considero apressado. Defendendo a anterior afirmação, penso seriamente que o final deixa demasiados pontos em aberto e não digam que é uma figura de estilo para ser associado ao plano do vilão. Na minha opinião foi um dos maiores deus ex machina (qualquer dia faço um top) de sempre.
Assim concluo esta minha análise à obra de Moore e Gibbons e talvez uma das maiores obras de banda desenhada de sempre com a minha nota. Depois de alguma reflexão, concluo que lhe darei um 85 em 100. E para os mais atarefados, deixo um resumo dos pontos positivos e negativos em baixo.

  • Final apressado que não chega a metade da qualidade do resto da obra
  • A extensão consegue cansar qualquer leitor com a quantidade de momentos fora da história principal
  • História e desenhos maravilhosamente coordenados
  • Ícone tão importante para a banda desenhada como Half-Life para os videojogos ou Star Wars para a ficção científica
  • Universo "realista" e bem orquestrado.

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