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quarta-feira, 29 de abril de 2015

As Minhas Leituras - Battle Royale

Aviso de Spoiler - Esta análise poderá incluir spoilers dos dois primeiros volumes do manga Battle Royale. Foram avisados.

Por muito que goste de banda desenhada e de anime, nunca consegui nutrir a paixão que tenho pelos dois pela junção dos dois, a manga. Mas há umas semanas atrás decidi que iria começar a ler algumas séries de manga que me pudessem interessar por terem sido adaptadas para animes que já tinha visto ou por ter uma adaptação má, não existente ou simplesmente inacabada. E a primeira série insere-se na penúltima classe: Battle Royale. Tecnicamente é a adaptação de um livro e a manga ainda deu origem a dois filmes que até se tornaram bastante conhecidos mas a manga é a melhor versão segundo pessoas que contactaram com as três coisas.

A história de Battle Royale é bastante simples. Num Japão distópico, todos os anos é realizado um concurso chamado o Programa que põe adolescentes de uma turma escolhidos ao acaso num jogo de sobrevivência, enquanto espectadores japoneses assistem este festim mortífero. Tudo o que os jogadores têm de fazer é matar todos os outros e tudo o que recebem é um saco com alguns mantimentos e uma arma diferente para cada aluno. O jogo realiza-se numa ilha e é impossível um dos participantes sair de lá já que são obrigados a usar colares identificadores de posição e que podem matar o usuário se este tentar desativá-lo ou fugir por via marítima.

As personagens são realmente o ponto forte desta manga assim como grande parte das obras de sobrevivência. Em primeiro lugar temos Shuuya Nanahara, um rapaz órfão e fã de rock de bom coração que chega à ilha com o seu amigo e companheiro de casa Yoshitoki Kuninobu e que fica chocado quando este é morto na sala inicial. Shuuya decide então proteger a rapariga que Yoshitoki amava, Noriko.
Noriko Nakaagawa é uma rapariga simpática que nunca se mete em confusões mas que se mostra tanto como uma irmã mais nova a ser protegida por Shuuya mas também como uma namorada a tentar cuidar de Shuuya e a preocupar-se sempre que este não está presente.
Para completar o trio de personagens principais temos Shogo Kawada, um rapaz repetente mas que vê coragem e bondade em Shuuya e Noriko e decide ajudá-los já que pensa que estes não sobreviverão muito tempo numa ilha de assassinos. E é a relação entre estas três personagens que nos acompanha ao longo de todos os volumes e que nos faz adorar a série. Apesar de serem tão diferentes, precisam uns dos outros e é assim que conseguem ir sobrevivendo. Por vezes o grupo toma a forma bondosa da liderança de Shuuya, outras vezes a delicadeza de Noriko e outras vezes a frieza de Kawada. E isso é espetacular.
Há ainda outras grandes personagens como Shinji Mimura e os seus extraordinários planos; a máquina de guerra Kazuo Kiriyama; a rapariga com sérias perturbações psicológicas Mitsuko Souma e a lenda das artes marciais Hiroki Sugimura.

Em termos de arte, eu acho que o traço é muito bom mas também penso que com o meu conhecimento de manga sou uma boa pessoa para julgar a arte de uma série de manga.

Em termos gerais eu adorei esta série. Mostrou-me o que uma obra sobre sobrevivência pode fazer e pode significar já que mangas como este saem todos os anos sem nunca chegarem aos pés do original. A relação entre as personagens principais, as violentas cenas de carnificina e as espetaculares e interessantes cenas de história das personagens anteriores à sua participação no jogo fazem deste um dos grande mangas da década passada. Só vejo um problema capaz de deixar alguns leitores desmoralizados: por que razão confiam Noriko e Shuuya em Kawada nos primeiros capítulos. Tecnicamente deviam ser pessoas boas mas estou um pouco farto de todas as personagens bondosas serem estupidamente ingénuas.
Mas de resto esta é uma experiência incrível e deve ser lida por todos os que gostam de uma boa história de sobrevivência assim como personagens incrivelmente profundas.

sábado, 25 de abril de 2015

As Minhas Leituras - UM #14 - Thor e Capitão América - A Essência do Medo

Não há muito a dizer sobre A Essência do Medo. A sua história tenta recriar o sucesso de sagas da Marvel anteriores como Guerra Civil ou Invasão Secreta. Infelizmente, falha.
Desde os acontecimentos da saga Cerco, Asgard e a Terra têm estado muito unidas até o inimigo de Asgard conhecido por Serpente renascer e decidir enfrentar deuses e humanos. Enquanto isto Odin regressa para repreender Thor que tem governado Asgard fora das maneiras tradicionais do Pai dos Deuses. Os Vingadores unem-se e tentam derrotar a Serpente e os seus súbditos enquanto Thor decide que vai seguir uma velha tradição e perecer ao enfrentar o poderoso vilão Asgardiano.
Sinceramente achei que esta história não tinha nenhum elemento que fizesse da saga tão boa quanto as anteriores. Muitos especialistas criticam Brian Michael Bendis por escrever histórias meramente comerciais e que não devem ser lembradas como obras de arte mas como pequenos produtos de entretenimento mas ele tem um certo dom ao escrever essas histórias. Não, não é nenhum Alan Moore nem nenhum Neil Gaiman mas consegue fazer obras que entretêm o leitor e que têm alguns combates ou momentos de diálogo épicos. Já Matt Fraction, se consegue escrever boas sagas da Marvel, não o demonstrou neste livro e provou que maxissagas anuais não funcionam tão bem assim.
Mesmo assim, temos uns desenhos bastante bons de Stuart Immonen que realmente tem uns traços distintivos e que acho que são muito bons, sendo um dos meus artistas de banda desenhada preferidos dos últimos cinco anos.
E assim acabo esta análise de uma obra mal construída e que, quando comparada a outras faz ser um pouco pior. Mesmo assim, seja pelos desenhos fantásticos, seja por não se ter mais nada para fazer durante um fim de tarde num fim de semana, esta obra deve ser lida.

domingo, 19 de abril de 2015

Star Wars Anaheim Celebration Dias 3 e 4

Infelizmente, ontem não tive oportunidade de escrever sobre o terceiro dia da Star Wars Celebration Anaheim e portanto vou escrever agora sobre ele. Ontem tivemos um excelente painel dedicado a Star Wars Rebels com o elenco e criadores da série como os excelentes dobradores Steve Blum ou Dee Bradley Baker. Ainda revelaram o trailer da segunda temporada  da série vimos pequenos momentos de um combate entre Kanan e Darth Vader, um dos pontos mais altos do dia. Ainda vimos alguns detalhes com os autores das atuais séries de banda desenhada publicadas pela Marvel e tivemos espetaculares momentos com Ray Park, o ator que fez de Darth Maul n'A Ameaça Fantasma ou Billy Dee Williams, o conhecido Lando e uma das grandes personagens de toda a saga.
Hoje ainda não temos grandes detalhes mas tivemos uma leitura interpretada de Star Wars em espírito Shakespeariano e ainda teremos algumas entrevistas. Amanhã ainda farei um post a dar as minhas opiniões sobre todo o evento mas até agora, está a ser um evento fantástico.

sábado, 18 de abril de 2015

5 Grandes Trailers Numa Semana

Estes últimos dias foram verdadeiramente espetaculares para nerds com imensos trailers fenomenais a serem publicados no YouTube. E sinceramente, decidi escrever um pouco sobre alguns deles. Os trailers estarão sempre depois do parágrafo sobre esse mesmo trailer.
Os primeiros que quero mencionar são os de Star Wars: The Force Awakens e Star Wars Battlefront, um filme e um jogo que tiveram os seus trailer revelados na Star Wars Anaheim Celebration(e talvez ainda tenhamos trailer da segunda temporada dos Rebels). Já escrevi sobre eles nos meus posts sobre este evento que têm saído a fazer um resumo desse dia e também a dar a minha opinião sobre o que fui vendo.
Outro trailer que foi revelado, penso eu, na quinta-feira foi o de Ant-Man, um filme da Marvel que não me tinha despertado nenhum interesse... até agora. Neste vemos Paul Rudd no papel que eu sempre quis que ele tomasse, um Scott Lang tanto cómico como dramático. Eu achei que a introdução do Jaqueta Amarela/Vespão não foi das melhores coisas que o filme podia ter e até fiquei um pouco menos motivado para ver o filme. Mesmo assim até gostei deste 2º trailer (tínhamos tido um teaser em janeiro).


Tivemos também um teaser e um trailer de Batman V Superman: Dawn of Justice e que enquanto toda a gente estava eufórica com as falas do Batman eu estava apenas a pensar que era apenas bom. Sim, o Batman até está melhor do que eu pensava que ia ser com o Ben Affleck a fazer um papel de super-herói que até é bom. Mas viu-se pouco e a armadura do  Batman pareceu-me algo ridícula e conseguiu ver-se que há uma certa política no enredo que não me agradou assim muito. Mesmo assim, algo que todos os nerds devem ver, Só vou publicar o trailer já que o teaser é apenas uma versão curta deste trailer.

E por último (isto sem contar com o do novo Teminator, mas eu nem sequer ligo à franquia) temos o trailer de Shingeki no Kyojin ou Attack on Titan que não foi nada de especial. Os efeitos especiais dos titãs são bastante maus e não há nada de especial. Isto para além de não haver uma única versão legendada em inglês (quanto mais em português) do trailer. Sinceramente esperava mais...

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Star Wars Anaheim Celebration Dia 2

No segundo dia da Star Wars Anaheim Celebration fiquei bem mais desapontado do que no dia de ontem. As principais novidades seriam centradas à volta de Star Wars Battlefront, um dos jogos que mais espero por ser um reboot de um jogo absolutamente fenomenal do mesmo nome. Tivemos direito a um painel com os membros da equipa de produção da Dice e vimos o primeiro trailer que não foi nada de especial.
Ainda tivemos mais uns olhares sobre o local em que se passa o evento e um painel direcionado mais para as crianças. Mesmo assim tivemos uma excelente antevisão do painel de amanhã sobre Star Wars Rebels, grandes cosplays, entrevistas com membros da produção de merchandising e de maquetas e uma intervenção da lenda das paródias musicais, Weird Al Yancovick.
Fico ainda à espera dos painéis relacionados com as bandas desenhadas e com a série Star Wars Rebels, por que não.
Relativamente a Battlefront, fico desapontado. Quanto ao resto, tudo de espetacular.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Star Wars Celebration Anaheim Dia 1

Hoje começa a Star Wars Celebration Anaheim, a décima Star Wars Celebration e que pode ser vista online em direto. Esta celebração trouxe várias novidades sobre o sétimo filme como os novos fatos de Stormtroopers que irão aparecer no próximo filme ou posters a mostrar o vilão. Este evento durará até domingo e a maior novidade (provavelmente) já aconteceu: o segundo teaser do filme. E está excelente! Temos um Star Destroyer despenhado, umas quantas falas espetaculares de Luke Skywalker, algumas cenas com a nova personagem principal e ainda uma cena brilhante com Han Solo e Chewbacca capaz de pôr os fãs das personagens extremamente entusiasmados. Neste teaser trailer temos mais informação do que no anterior, também por este já não ser nenhuma revelação.
Espero que ainda tenhamos mais informações não só sobre este filme Rogue One, o filme spin-off que irá sair no próximo ano e de que ainda se sabe muito pouco.
Até agora estou a adorar este evento. Não fui mesmo a Anaheim pois é muito caro mas estou a seguir todas as novidades através da Livestream que o canal oficial da franquia está a fazer do evento. Já teve um ou outro problema técnico e tem muitas partes em que é apenas um/uma apresentadora a falar pelo local do evento. Podem ver aqui e neste momento está J.J. Abrams (o realizador do episódio VII) a falar da franquia.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Dungeon ni Deai wo Motomeru no wa Machigatteiru Darou Ka Episódio 1

Um dos animes desta nova temporada que começou na semana passada que mais me captou a atenção foi Dungeon ni Deai wo Motomeru no wa Machigatteiru Darou Ka que, numa tradução literal significa Será que é errado engatar uma miúda numa Dungeon.
E sim, o título parece pertencer a uma série extremamente estúpida. E pelo primeiro episódio, estão totalmente certos.
A série leva-nos a um mundo parecido com um clássico rpg. Não tanto os de tabuleiro mas mais os videojogos. Temos personagens que podem subir de nível, umas espécies de guildas denominadas famílias e as dungeons (que não traduzi no título por ser vocabulário específico deste género de jogos). Mas tudo isto sem a indicação de que são jogadores submersos neste mundo. E a nossa personagem principal, Bell, de certeza que nunca jogou nenhum rpg pois não é um bom "jogador". A sua família é composta por ele e pela sua amiga deusa, Hestia e acaba por fugir de todos os monstros que encontra. Só que, certo dia, quando Bell fugia de um monstro, é salvo por uma guerreira e este decide fazer tudo para falar com ela e descobrir o seu nome.
E nisto temos um episódio piloto bastante bom, Boas piadas com algum fan-service, algumas personagens interessantes e até conseguimos simpatizar com as duas personagens principais. Os visuais são bons e acabei por ter uma boa surpresa ao ouvir Matsuoka Yoshitsugu, um dos meus dobradores de anime favoritos a fazer a voz de Bell. Recomendo-vos que vejam o primeiro episódio e não esperem nada de sério ou complexo mas antes algo para dar umas quantas gargalhadas e passar uns bons vinte minutos.
Uns dias depois de um novo episódio sair irei fazer-lhe uma pequena análise portanto esperem novos posts sobre esta série.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Review - Inception (A Origem)

Há inúmeras coisas que podem tornar um filme marcante para o seu género ou para a sua época. Por vezes é a quantidade de atores excelentes que interpretam grandes papeis no filme; noutras, é o enredo que por ser focado no entretenimento mas sempre com uma complexidade fantástica. E por vezes, muito raramente, estreia um filme que faz tudo isto de maneira genial recebendo cinco estrelas em quase todas as críticas e análises. E o filme de hoje é esse mesmo. Apresento-vos, caros leitores, A Origem ou o título original e bem melhor, Inception.
À primeira vista Inception é o típico filme de ficção científica que a década anterior tinha habituado os espectadores. Um filme semi-sério, com um elenco bastante bom e grandes cenas de ação com efeitos visuais epetaculares. Mas cale-se quem quer que ache que Inception é apenas isso. Realmente todos estes aspetos estão presentes mas há tanta mais coisa para além disto. Mas analisemos por ponto.

Em primeiro lugar, a história é muito boa. Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) é o melhor ladrão de memórias do mundo, sendo que consegue entrar em sonhos de pessoas e roubar as mais profundas memórias do seu subconsciente sem mesmo ser notado. Infelizmente, numa missão com o seu colega Arthur (Joseph Gordon-Levitt), são apanhados pelo Senhor Saito (Ken Watanabe) que acaba por lhes propor um trabalho: fazer uma inserção ou Inception num futuro dono de uma empresa rival da de Saito, para que este decida deixar esta e formar uma nova deixando Saito com total supermacia na sua área. Cobb aceita e reúne uma equipa de grandes roubadores de memórias para fazer o seu grande ato.
A história parece normal até se perceber que Cobb está num estado de espírito horrível devido às constantes aparições em sonhos por parte da sua mulher morta (Marion Cotillard). Uma das participantes na missão, Ariadne (Ellen Page) tenta compreender Cobb e fazer com que este esqueça a sua mulher mas a jornada parece mais difícil.
Na minha opinião o enredo é muito bom e as cenas nos sonhos do assaltado têm uma complexidade na sua explicação e execução muito boa.

Resultado de imagem para inception leonardo dicaprioSegundo ponto: os atores. O filme tem um dos melhores elencos dos últimos anos contando atores de vários países para além dos Estados Unidos e do Reino Unido, um aspeto algo refrescante no cinema comercial de hoje. Para além de um Leonardo DiCaprio num dos seus maiores papéis dos últimos anos, explorando visualmente e por meio do diálogo a mente profunda de Cobb. É apoiado por Joseph Gordon-Levitt num papel em que tem não só uma expressividade incrível como também umas quantas cenas de ação geniais. Ellen Page, uma das minhas atrizes preferidas de sempre com mais um papel excelente. Outros desempenhos secundários muito bons temos Marion Cotillard, fria e revoltada com uma humanidade que já não aparecia numa tela desde Shawshank e Tom Hardy num papel que serve não só como músculo do grupo mas também como uma personagem cómica para não exagerar no enredo dramático e pesado que o filme apresenta.

Terceiro ponto: realização, efeitos visuais e música. Christopher Nolan, realizador da mais recente trilogia de Batman, O Terceiro Paço, Memento ou Interstellar, apresenta esta genial obra cinematográfica usando grandes ângulos de imagem e usando o diálogo e cenas silenciosas para mostrar o que está a acontecer. Inúmeras vezes, há várias coisas a acontecer pelo ecrã e Nolan esforça-se ao máximo para explicar tudo de maneira subtil. O contraste rápido das cenas entre os diferentes graus de sonho, numa parte mais avançada do filme, é feito magistralmente. E tudo isto se deve aos excelentes efeitos visuais com lutas em gravidade zero, alterações físicas feitas nos sonhos e a cenas de ação que bem podiam sair da mente de Michael Bay num dia em que este estivesse cansado. A música de Hans Zimmer é muito usado por Nolan, nos tão referidos momentos de silêncio e por várias vezes a banda sonora faz com que o espectador fique preso à tela e preparado para as cenas seguintes.

Concluindo, este filme é, do meu ponto de vista, dos melhores filmes de ficção científica dos últimos anos e um dos meus filmes preferidos de sempre. Pode não ter revolucionado tanto como Matrix ou Star Wars, pode não ter marcado gerações como Silêncio dos Inocentes ou Beleza Americana mas é um filme muito bem feito. E não, não vou dizer que não tem falhas mas vou admitir que estas podem ser ultrapassadas por todas as coisas que mencionei antes.