Encontre mensagens mais antigas

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Um Filme Por Semana #3 - O Clube de Dallas



O filme desta semana chegou um pouco mais tarde mas chegou, sendo ele O Clube de Dallas de Jean Marc Vallé.
Esta obra é uma narração da vida do ativista texano Ron Woodroof (Matthew Mcconaughey) após ter sido diagnosticado com SIDA. Deram-lhe apenas 30 dias para viver mas Ron continuou a lutar contra a doença e a contrabandear medicamentos não aprovados para os EUA onde formou com o também doente Rayon (Jared Leto), o clube que dá nome ao filme. Neste grupo, os dois conseguiram vender os medicamentos ilegais como uma aternativa ao aprovado e dado nos hospitais, que tinha diversos efeitos secundários.
O filme é um drama muito bom: a história é comovente e foi gravado de uma forma apelativa ao público geral. É curto, com progressão rápida da história e com personagens carismáticas. Os atores são também excelentes tendo os dois principais ganho o Prémio da Academia de Melhor Ator Principal e Secundário (Mcconaughey e Leto, respetivamente). Também Jennifer Garner tem aqui um bom desempenho como a médica que tenta apoiar Ron no seu processo ativista.
Mas sinceramente, não há muito mais a dizer do filme. Enquanto crónica de uma vida, faz o seu trabalho mas como filme não há nada que o identifique. Sim, os atores são fantásticos mas a realização tem apenas detalhes muito genéricos. Tenta por vezes umas perspetivas mais experimentais mas acho que não se adapta ao tipo de filme. A banda sonora está ausente grande parte do filme para captar alguns momentos mais próximos de um documentário e gostei bastante disso e mesmo quando existe alguma música de fundo, ela é espetacular, demonstrando o ambiente sulista dos EUA. Acho que o filme não sabe exatamente o que deve ser. Por vezes é uma boa história real a ser contada em forma de filme, outras vezes é um filme mais indie. Se não fosse o talento dos atores e pequenos detalhes de filme independente (note-se, não experimental) o filme não seria nada de especial. 


Mas sinceramente gostei. É uma história que não conhecia, inspiradora e que consegue fazer-nos pensar sobre a vida. Um drama para lembrar e um marco na carreira deste realizador que de certeza que será celebrado nas próximas décadas. Aliás, esteve em cartaz há pouco tempo o filme Demolição com Jake Gyllenhaal, também de Vallé. Aconselho, sobretudo se procurarem um drama da vida real. Mas não esperem uma obra-prima do cinema. Apenas uma história de desobediência civil impressionante e maravilhosa.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

As Minhas Leituras - Liga da Justiça: Origem

Eu sei que As Minhas Leituras tem estado muito parada mas eu vou tentar fazer uns dois posts por semana só dessa rubrica nos próximos tempos. Hoje, Liga das Justiça: Origem, publicada como o primeiro volume da coleção Super-Heróis DC da Levoir. 
O curioso é que eu já analisei este livro, quando li as seis revistas há 3 anos atrás (análise). E a minha opinião pouco mudou.
Acho que o livro introduz muito bem estas sete personagens como uma equipa. Todos têm o seus atritos mas têm de se unir para parar um bem comum como em todas as primeiras histórias... Mas as personagens parecem humanas e isso torna o livro quase real. Além disso, apesar de todas estas personagens serem bastante conhecidas, este livro pertence a Os Novos 52, um reboot que a DC Comics fez ao seu universo, apagando toda a cronologia e deixando espaço para novas histórias e introduções. Este Super-Homem nunca teve todas as batalhas de morte contra o Darkseid. Este Lanterna Verde ainda era extremamente imaturo e inexperiente e esta Mulher Maravilha ainda se estava a adaptar ao nosso mundo. Tudo isto faz com que a Liga pareça realmente nova e traz aos leitores um sentimento de novidade. Sentimento esse que se prolongou em todas as revistas desse tal reboot, mas nunca da mesma forma. Assim como em Batman V Superman, é único ver o início de algo tão grande.
O argumento é do mestre Geoff Johns que escreveu sagas como 52 ou Blackest Night e conta com desenhos de Jim Lee, artista de Super-Homem: Pelo Amanhã ou Justiceiro: Diário de Guerra (já publicadas em coleções anteriores da Levoir). Os dois funcionam muito bem. Johns é um argumentista concetuado e estava já habituado a trabalhar com vários membros da Liga da Justiça. Tem um talento para o diálogo característico de alguém que também escreve para séries de televisão. Já Jim Lee tem o seu estilo único cheio de detalhe em diferentes planos e com um uso de diferentes tons de cor.
Eu gostei imenso desta saga. Sabendo que a DC estava a trabalhar um pouco sem saber o que fazer já que o reboot é uma coisa bem recente na banda desenhada, fizeram um excelente trabalho. O argumento é simples mas sem revelar demasiado fazendo os leitores continuarem a querer acompanhar a série de banda desenhada. Entre combates, diálogos engraçados, momentos épicos e desenvolvimento das personagens, esta história é definitivamente excelente. E volto a dizer: para o futuro e já anunciado filme da Liga da Justiça, este é o argumento certo a adaptar. Recomendo imenso.


terça-feira, 3 de maio de 2016

Um Filme Por Semana - Capitão América: Guerra Civil

Nunca fui o maior fã do Marvel Cinematic Universe. No início não o compreendia muito bem, eram simplesmente mais filmes de super-heróis. Depois chegou Os Vingadores de Joss Whedon, um dos meus filmes de super-heróis preferidos de sempre. Aí percebi que a Marvel estava a criar algo bem diferente dos filmes do Homem-Aranha ou do Quarteto Fantastico. Mas mesmo assim, com uma grande quantidade de filmes a sair (mais ou menos dois por ano), não fiquei cativado e preferi ver apenas aqueles que me interessavam verdadeiramente como Os Vingadores 2 ou Homem-Formiga. E agora chegou a Fase 3 da Marvel em Capitão América: Guerra Civil que faz uma ponte entre a fase anterior e o próximo filme d' Os Vingadores, Infinity War. E mais uma vez (a seguir aos dois filmes d' Os Vingadores) tive realmente consciência que o MCU era algo totalmente espetcaular.
Apesar de ser um filme de Capitão América, neste filme adapta-se (muito livremente) Guerra Civil de Mark Millar e Steve McNiven de 2006, uma banda desenhada que reúne muitas das mais conhecidas personagens do Universo Marvel. O filme centra-se mais nos Vingadores já que são as personagens centrais do MCU e deixa o Capitão um pouco de lado, apesar deste continuar a ser a personagem central. Na história, a ONU lança um protocolo para controlar os Vingadores, para que estes não hajam como vigilantes e sim como heróis. Mas de repente, o Soldado do Inverno destrói o edifício da ONU e torna-se num homem procurado mundialmente. O Capitão América decide ajudá-lo pois acha que este é inocente mas o Homem de Ferro e outros Vingadores que estão do lado das Nações Unidas vão lutar por ele.
Gostei imenso do filme! Durante duas horas e meia tive um sentimento de absoluta diversão excelente. A história era empolgante, as personagens eram interessantes (destaque para o Pantera Negra que realmente evolui psicologicamente ao longo do filme e para o Homem-Aranha e o Homem-Formiga que trazem um lado mais engraçado ao enredo), os atores eram espetaculares, as cenas de ação estavam muito boas e toda a estética do filme fazia dele uma das melhores obras da Marvel nos cinemas.
E compreendo as críticas todas. Sim, pode ter cenas de ação mal realizadas, pode não ter a quantidade de heróis que as bandas desenhadas têm, pode ter demasiadas informações sobre o enredo reveladas nos trailers mas eu continuo a adorar este filme espantoso. Em apenas oito anos, a Marvel criou um dos universos expandidos no cinema mais adorados de sempre, com sucesso após sucesso e criando um novo estilo de filmes de super-heróis. E este foi o culminar de tudo isso.
Pessoalmente, adorei o filme e aconselho-o a todos. Especialmente se gostarem das bandas desenhadas pois há algumas informações bem escondidas na história. Totalmente recomendado.