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terça-feira, 14 de julho de 2015

Review Especial Mamoru Hosoda Parte 2 de 4 - Summer Wars

Tive uma semana algo atarefada e não, não consegui escrever esta análise até à data indicada mas decidi publicá-la com essa data apesar de, na verdade, só ter sido escrita nos dias 18 e 19 de julho de 2015. Desculpem, desde já.

Se há tema explorado no anime, é o dos jogos em múltiplas séries e filmes. Muitas vezes, baseiam-se num jogo existente como um desporto ou um desporto com regras apropriadas à irrealidade do anime como Oliver e Benji (1º exemplo) ou Inazuma Eleven (2º exemplo). Outras, criam jogos especificamente para o anime ou baseadas nalgum jogo de cartas já existente como Yu Gi Oh ou Kaji: Ultimate Survivor.
Mas Summer Wars consegue criar algo na altura novo: misturar um jogo real, numa rede, semelhante à Internet futurística que a ficção científica tende a imaginar, com combates em que vários estilos de luta podem ser usados. E o melhor de tudo isto: nem sequer é o elemento principal do filme.

A história começa quando Kenji Koiso é convidado pela miúda mais popular da escola, Natsuki Shinohara, para a acompanhar na festa de 90 anos da sua avó. Kenji aceita o convite e é acolhido pela a avó de Natsuki e pela sua família. Mas, uma noite, recebe um estranho SMS, com um código, e Kenji sendo o apaixonado pela matemática que é, tenta resolvê-lo. Isto leva a que no dia seguinte seja procurado por todo o mundo por ter levado o mundo de OZ, a tal rede que liga toda a gente do mundo, num espaço digital onde se pode conviver ou praticar múltiplos desportos e onde quase toda a gente do mundo tem um seu segundo "eu". A sua procura deve-se a uma estranha personagem neste mundo de OZ que absorve os avatares das pessoas nesse universo digital e usa-os para aceder a estruturas no mundo real, podendo até lançar mísseis ou simplesmente roubar todo o dinheiro de todas as contas bancárias do mundo. Kenji é procurado por ter sido o seu avatar o primeiro a ser absorvido por este controlador.

Em termos de personagens, o filme tem um ponto bastante sólido: Kenji é a típica personagem de animes, desajeitado mas com um bom coração. Na verdade, acho que as suas parecenças com a maior parte dos espectadores mais jovens é o que torna esta personagem tão boa e, consequentemente, este filme tão popular. Natsuki é uma personagem mais dramática e são muitos os momentos em que nos leva por montanhas russas emocionais. Há ainda membros na sua família extremamente desenvolvidos e os que não são, têm um ou outro aspeto que os torna memoráveis: temos Kazuma, um jovem bastante hábil nos combates no mundo de OZ; Sakae Jinnouchi, a avó de Natsuki, de bom coração e que é uma personagem bastante interessante; e há ainda Wabisuke, um filho ilegítimo do avô de Natsuki mas que foi adotado pela avó da mesma. Em menos de duas horas, este filme consegue mesmo mostrar-nos personagens muito bem criadas e um desenvolvimento das mesmas rápido e bem trabalhado.

Na animação, o filme não dececiona mas também não traz grandes avanços em relação ao anterior filme de Hosoda. Dentro do mundo de OZ, especialmente nas cenas de jogos, é realmente notável um maior cuidado com a luminosidade e o brilho dos cenários e das personagens, o que achei um toque bastante interessante.

Em termos de banda sonora as músicas ouvem-se bastante bem enquanto se vê o filme mas fora disso, são poucas as faixas que se destacam fora do filme. Assim como na animação, faz o seu trabalho mas não é exatamente excecional.

Pessoalmente, gostei bastante do filme: o seu ambiente, personagens, cenas de jogos e uma quantidade de drama bastante grande para um filme com este título fazem desta uma das melhores obras de Hosoda. Entre este e o outro filme que vi deste realizador, tenho de dizer que preferi o outro, apesar da diferença ser pequena. Mesmo assim devem vê-lo, se esperam uma obra repleta de cenas dramáticas e emocionais, se bem com uma boa dose de momentos épicos. É um filme para toda a família e sem dúvida alguma que o recomendo.

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