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sábado, 12 de setembro de 2015

As Minhas Leituras - Poderosos Heróis Marvel Vol. 5

Desde há muito tempo que ouvi falar de Todd McFarlane e há muito tempo que senti curiosidade em relação a Tormento, esta história de Homem-Aranha.
Finalmente a Levoir proporcionou aos leitores portugueses esta obra e desde o seu anúncio que fiquei bastante contente. Depois de ler... bem, não tanto. Mas comecemos pelo princípio.
Depois de McFarlane ter feito sucesso em pequenas revistas de diferentes editoras e, mais tarde, ter assumido o papel de um dos melhores ilustradores e argumentistas da Marvel nas histórias de Hulk e Homem-Aranha, decidiu que merecia a própria revista deste último herói. Logo os editores concordaram com esta estrela jovem da editora e publicaram Spider-Man, escrita e desenhada por McFarlane. O autor, no entanto não quis fazer apenas uma outra série do Aranha e quis distanciar-se de Amazing Spider-Man, revista em que atingiu o estatuto de estrela da editora. E realmente distanciou-se. Apesar de não ser visível esta mudança neste livro, nos números seguintes de Spider-Man, McFarlane colocou o Homem-Aranha a lutar contra ladrões de rua em vez dos planos de conquista mundial de Doutor Octopus ou do Abutre.
Já neste livro, uma onda de assassinatos percorre Nova Iorque e o seu autor é um dos maiores inimigos do Trepador de Paredes, o Lagarto. Mas o Lagarto está na verdade a ser controlado por uma feiticeira que usa as mesmas magias de Kraven, o Caçador. E é Homem-Aranha que, em apenas uma noite tem de derrotar a besta que é o Lagarto e descobrir a identidade desta feiticeira.
Esta é basicamente a história mas a coisa que realmente inovou foi a arte. McFarlane tentou usar quadrículas verticais, técnica que normalmente é do meu desagrado e que aqui acabou também por ser. E talvez por causa do pequeno período de tempo que o argumentista e artista tinha para fazer cada capítulo, as caras das personagens ficaram muito cartonizadas. Nas cenas de combate, tudo isto pouco importa mas nos momentos de Mary Jane, nos quais ela se preocupa com Peter (e, vou admitir, a minha parte preferida da história) é notável esta falta de cuidado. Estas sagas em que o argumentista é também o artista deveriam sair apenas de dois em dois meses, como O Regresso do Cavaleiro das Trevas mas já que esta era para ser uma série contínua, todo o processo teve de ser apressado.
Mas Todd McFarlane consegue realmente fazer boas cenas de ação e se tivesse tido mais tempo, podia ter feito uma das séries com melhor arte de sempre.
Pessoalmente, gostei do livro. Não era o que esperava. Mas com as cenas de ação e o detalhe dado ao Homem-Aranha e a Mary Jane a um nível psicológico, consegui aprender a gostar. Esperava uma mudança. Acabei por ter de ser eu a mudar os meus parâmetros e aprender a gostar deste livro. Se calhar eram esses os planos do autor.
É sem dúvida uma das melhores histórias do Homem-Aranha nessa época negra para a personagem que foram os anos 90. O primeiro número de Spider-Man e primeiro capítulo da história foi a banda desenhada mais vendida de sempre (soprada pouco depois pelo primeiro número de X-Men de Chris Claremont e Jim Lee). Mas sobretudo esta é ainda hoje uma das histórias de banda desenhada mais controversas de sempre. Muitos acham excelente. Muitos acham que é realmente horrível. Eu estou mais ou menos no meio. Sim, a história de Homem-Aranha não é nada de espetacular e o desenho, na maior parte das vezes tem muitas falhas. Mas continua a ser interessante e, sem esta história, Todd McFarlane podia nem sequer ter criado Spawn e formado a Image Comics. Não importa se gostem ou não: esta história marcou a banda desenhada. Só por isso é leitura obrigatória.

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