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quinta-feira, 2 de abril de 2015

Review - Inception (A Origem)

Há inúmeras coisas que podem tornar um filme marcante para o seu género ou para a sua época. Por vezes é a quantidade de atores excelentes que interpretam grandes papeis no filme; noutras, é o enredo que por ser focado no entretenimento mas sempre com uma complexidade fantástica. E por vezes, muito raramente, estreia um filme que faz tudo isto de maneira genial recebendo cinco estrelas em quase todas as críticas e análises. E o filme de hoje é esse mesmo. Apresento-vos, caros leitores, A Origem ou o título original e bem melhor, Inception.
À primeira vista Inception é o típico filme de ficção científica que a década anterior tinha habituado os espectadores. Um filme semi-sério, com um elenco bastante bom e grandes cenas de ação com efeitos visuais epetaculares. Mas cale-se quem quer que ache que Inception é apenas isso. Realmente todos estes aspetos estão presentes mas há tanta mais coisa para além disto. Mas analisemos por ponto.

Em primeiro lugar, a história é muito boa. Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) é o melhor ladrão de memórias do mundo, sendo que consegue entrar em sonhos de pessoas e roubar as mais profundas memórias do seu subconsciente sem mesmo ser notado. Infelizmente, numa missão com o seu colega Arthur (Joseph Gordon-Levitt), são apanhados pelo Senhor Saito (Ken Watanabe) que acaba por lhes propor um trabalho: fazer uma inserção ou Inception num futuro dono de uma empresa rival da de Saito, para que este decida deixar esta e formar uma nova deixando Saito com total supermacia na sua área. Cobb aceita e reúne uma equipa de grandes roubadores de memórias para fazer o seu grande ato.
A história parece normal até se perceber que Cobb está num estado de espírito horrível devido às constantes aparições em sonhos por parte da sua mulher morta (Marion Cotillard). Uma das participantes na missão, Ariadne (Ellen Page) tenta compreender Cobb e fazer com que este esqueça a sua mulher mas a jornada parece mais difícil.
Na minha opinião o enredo é muito bom e as cenas nos sonhos do assaltado têm uma complexidade na sua explicação e execução muito boa.

Resultado de imagem para inception leonardo dicaprioSegundo ponto: os atores. O filme tem um dos melhores elencos dos últimos anos contando atores de vários países para além dos Estados Unidos e do Reino Unido, um aspeto algo refrescante no cinema comercial de hoje. Para além de um Leonardo DiCaprio num dos seus maiores papéis dos últimos anos, explorando visualmente e por meio do diálogo a mente profunda de Cobb. É apoiado por Joseph Gordon-Levitt num papel em que tem não só uma expressividade incrível como também umas quantas cenas de ação geniais. Ellen Page, uma das minhas atrizes preferidas de sempre com mais um papel excelente. Outros desempenhos secundários muito bons temos Marion Cotillard, fria e revoltada com uma humanidade que já não aparecia numa tela desde Shawshank e Tom Hardy num papel que serve não só como músculo do grupo mas também como uma personagem cómica para não exagerar no enredo dramático e pesado que o filme apresenta.

Terceiro ponto: realização, efeitos visuais e música. Christopher Nolan, realizador da mais recente trilogia de Batman, O Terceiro Paço, Memento ou Interstellar, apresenta esta genial obra cinematográfica usando grandes ângulos de imagem e usando o diálogo e cenas silenciosas para mostrar o que está a acontecer. Inúmeras vezes, há várias coisas a acontecer pelo ecrã e Nolan esforça-se ao máximo para explicar tudo de maneira subtil. O contraste rápido das cenas entre os diferentes graus de sonho, numa parte mais avançada do filme, é feito magistralmente. E tudo isto se deve aos excelentes efeitos visuais com lutas em gravidade zero, alterações físicas feitas nos sonhos e a cenas de ação que bem podiam sair da mente de Michael Bay num dia em que este estivesse cansado. A música de Hans Zimmer é muito usado por Nolan, nos tão referidos momentos de silêncio e por várias vezes a banda sonora faz com que o espectador fique preso à tela e preparado para as cenas seguintes.

Concluindo, este filme é, do meu ponto de vista, dos melhores filmes de ficção científica dos últimos anos e um dos meus filmes preferidos de sempre. Pode não ter revolucionado tanto como Matrix ou Star Wars, pode não ter marcado gerações como Silêncio dos Inocentes ou Beleza Americana mas é um filme muito bem feito. E não, não vou dizer que não tem falhas mas vou admitir que estas podem ser ultrapassadas por todas as coisas que mencionei antes.

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