Já Anthony Burgess, no seu livro "A Laranja Mecânica" perguntava se não seria melhor um homem ter escolhido ser mau ao invés de ser bom por obrigação. E o anime que hoje apresento, Psycho-Pass, tem por base esse mesmo problema.
Esta série foi criada em 2012 pelo estúdio já famoso por séries de ficção científica como Ghost in the Shell: Stand Alone Complex e Guilty Crown, Production I.G. A sua premissa é demonstrar uma sociedade utópica em que tudo é controlado pelo Sistema Sibyl incluindo os cérebros de toda a população através dos Psycho-Pass. Existe até um número denominado Coeficiente Criminal que determina se a pessoa em causa pode vir a cometer um crime. Mas a série segue a Divisão 1 do Departamento de Polícia do Ministério do Bem-Estar, um grupo de inspetores e justiceiros que trabalham em conjunto para eliminar os criminosos. O que distingue os dois? Os inspetores são polícias contratados enquanto que os justiceiros são pessoas com Coeficiente Criminal algo elevado sendo usados pela polícia e chamados criminosos latentes.

Em termos de animação, a série é espetacular. As cores e os movimentos das personagens estão muito bem utilizados e parece-me que está ao nível dos animes que se fazem hoje, três anos depois do fim da série. A banda sonora é também boa, sem nenhuma música que realmente distinga muito a série. Mesmo nas aberturas, apenas a segunda é algo memorável.
Mas o meu maior problema com Psycho-Pass é o facto de parecer um começo. As personagens não são muito desenvolvidas, à exceção dos dois inspetores e de Kogami, e o final da série não é exatamente um grande clímax. A série é boa pela viagem, por toda a investigação e por todos os momentos tensos que a série sabe muito bem caracterizar. Depois da série, já tivemos uma segunda temporada de 11 episódios com algumas personagens diferentes e um filme e sinceramente isso aumenta a avaliação deste anime. Todos os episódios parecem um prólogo a algo maior que merece bem mais temporadas. Mas à parte disso, a série é simplesmente incrível. Tem personagens boas (que deveriam ter sido melhor exploradas), um vilão absolutamente excelente, várias referências a Blade Runner, a 1984 e a outras obras de ficção científica e só posso recomendar este simplesmente maravilhoso anime.
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