O género coming-of-age sempre me atraiu imenso. Este tipo de filmes baseia-se na passagem de uma personagem da adolescência para a idade adulta e abrange obras muito diferenciadas, sendo por isso muito apelativo.
E de entre histórias como Juno ou Conta Comigo, há uma que é um verdadeiro clássico: Quase Famosos. Este filme de Cameron Crowe, lançado em 2000, conta-nos a história de William Miller, um jovem crítico de música que é contratado pela revista Rolling Stone para seguir a banda fictícia Stillwater. Ao longo da viagem, conhece os membros da banda e aprofunda a relação com uma fã da banda, Penny Lane. Enquanto tenta entrevistar a banda (que leva toda a digressão como uma festa sem perceber que William está a fazer o seu trabalho) tem de lidar com várias Band Aids, uma espécie de groupies e com as atitudes dos músicos. Além disso, a sua mãe extremamente preocupada liga-lhe continuamente para fazer com que este não se deixe levar pelo mundo de drogas e do rock n' roll.
O filme é espetacular. A história é interessante e deixa uma mensagem de trabalho pessoal incentiva. Os constantes esforços de William para lidar com a banda e com a sua paixão por Penny Lane tornam esta história coming-of-age muito maior do que parece.
Mas sinceramente o que para mim faz deste um filme tão bom é a realização de Cameron Crowe. Há diversas cenas em que este demonstra toda a sua mestria utilizando diferentes ângulos e transmitindo sentimentos e pensamentos das personagens através do movimento. Destaco principalmente a cena do autocarro em que o elenco canta a música Tiny Dancer, interpretada por Elton John, num dos momentos mais épicos dos filmes de adolescência e a parte em que Penny dança num palco sem nenhum espectador. Para mim, essas duas cenas dizem mais sobre as personagens do que longas cenas de diálogo em muitos filmes.
Por fim, posso dizer que este é um excelente filme dentro do seu género, criando uma nova geração de drama musical numa das melhores obras cinematográficas da década passada. Altamente recomendado.
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