De vez em quando, como no final dos anos 90, há um enorme sentimento de refrescar o meio do anime. Com séries tão inovadoras como Cowboy Bebop ou Evangelion e filmes como A Princesa Mononoke ou Perfect Blue, essa época ficou marcada como uma nova era do anime. Mas de entre tantas obras, houve uma que se destacou particularmente, uma que ainda hoje é falado mas não de uma forma como os obrigatórios já mencionados. Não, Berserk é bem diferente de tudo isso.
1997, o mundo já conhecia há muito a popular e aclamada série de manga de mesmo nome, que até aos dias de hoje ganha cada vez mais e mais leitores. Mas a primeira adaptação da manga, a que vou analisar hoje, foi o motivo de aproximação de muitos novos fãs da saga. Nesta série de 25 episódios, acompanhamos Gatts, um jovem mercenário bastante poderoso, mas sem qualquer motivo de luta. Certo dia, junta-se ao Bando do Falcão, um exército de mercenários que estão a ganhar a confiança do reino de Midland. Este exército é comandado por Griffith, um líder determinado e com um sonho pelo qual sacrificaria todos os seus companheiros. Também no seu bando se encontra Caska, a única mulher do grupo e uma guerreira forte e valente. Ao longo da história seguimos a evolução deste grupo mas também o seguimento psicológico de cada personagem central.
E Berserk, de forma muito resumida é isso. Mas é o estilo que torna a série em algo único. Entre batalhas sangrentas e irrealistas entre humanos ou demónios e diálogos filosóficos sobre sonhos, Deuses ou a condição humana em campo de batalha percebemos que este anime é completamente diferente de algo que já exista.
E claro, não posso deixar de referir a animação, cheia de uma estética muito "anos 90", mas de modo algum datada. Isto sem deixar de lado a música de Susumu Hirasawa, um grande compositor japonês. Na verdade, uma das razões para eu ter querido ver a série foi a música Forces que, para meu desagrado, aparece muito menos ao longo da série do que eu pensava.
Passando à parte pessoal, eu adorei Berserk. Acho que o único ponto negativo é ter sido pensada como uma série que pudesse durar anos quando na verdade teve apenas 25 episódios. Por vezes é um pouco lenta e este facto é agravado por não termos recebido mais episódios desde 1997, apenas uma trilogia de filmes que acompanha mais ou menos o mesmo enredo da série. Felizmente, no próximo mês, sairá uma nova série que acompanhará um arco que foi muito pouco explorado em qualquer dos animes de Berserk.
Tenho apenas que recomendar esta série: a história é excelente e não me importava de ver bem mais episódios desta saga, as personagens são verdadeiramente originais e interessante e a banda sonora é uma das melhores até hoje. Devem então ver este clássico, especialmente antes do lançamento da nova série.
Sem comentários:
Enviar um comentário