Mas o que acontece quando um grande fã destas celebridades fica encarregue de fazer um documentário sobre a vida do seu ídolo. Pode depender do ator mas segundo a visão de Satoshi Kon, temos a excelente história de Sennen Joyuu ou Millennium Actress.
Genya Tachibana e o seu cameraman vão entrevistar a ídolo de Genya, Chiyoko Fujiwara, uma atriz que ao longo do século XX desempenhou vários papéis desde princesa numa história de samurais a piloto de uma nave espacial e que tem uma história de vida bem trágica e curiosa. Na sua infância, um produtor de cinema quer recrutá-la para um filme mas a sua mãe diz automaticamente que não. Mais tarde, Chiyoko encontra um homem misterioso, perseguido pela polícia e apaixona-se por ele. O perseguido tem de voltar a fugir mas deixa à rapariga uma chave dizendo-lhe que ela abre o maior dos tesouros, apesar de não dizer o que é o tesouro. O rapaz vai para a Manchúria, onde desempenha o papel de rebelde e Chiyoko decide também ir para lá convencendo a sua mãe a aceitar a proposta do produtor.
Assim começa uma extraordinária vida de papéis de cinema e onde a maior personagem é a própria atriz que vive sem nunca encontrar o homem por quem se apaixonou. Guarda sempre consigo a chave e as buscas pelo seu amor foram enormes.
Poster japonês do filme
Mas o filme podia ser uma história em qualquer outro meio com um argumento destes. Para que fosse algo exclusiva ao cinema, Kon apresenta-nos várias técnicas para contar esta aventura maravilhosa ao incluir os entrevistadores nas histórias da velha atriz, levando-os por todos os seus papéis. Além disso, Chiyoko participa em diversos papéis que têm uma busca semelhante à dela por um amor perdido cujo nome é desconhecido. São vários os momentos que começam com cenas dos filmes em que a nossa protagonista participa e só ao fim de um minuto é que o espectador se apercebe que não se trata de algo da vida da atriz. Isso leva a um pequeno problema: o facto de que todas as personagens de Chiyoko têm demandas parecidas com a dela. Mas não é um problema assim muito grande e é utilizado para fazer deste filme uma obra muito maior.
Em termos de animação, para 2001, o filme tem movimentos bastante realistas e o desenho não tem nenhum problema. Apesar do filme já ter 14 anos em cima, se se o for ver com a mente aberta para uma animação um pouco pior da que temos hoje, consegue ter uma das melhores experiências visuais do século XXI. Na parte sonora, sinto que falta alguma coisa, já que o tema é pouco apelativo e não há nenhuma faixa absolutamente espetacular. Ouve-se enquanto se vê o filme mas fora disto, é pouco interessante.
Este é considerado o melhor filme de Satoshi Kon e, dos dois que vi até ao momento, foi o de que gostei menos. Na verdade, foi o que adorei menos. A história é muito boa, a realização é perfeita e é um dos melhores filmes em anime que vi até hoje.
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