Mais uma vez, peço imensa desculpa por já cá não publicar há muito e talvez vá mesmo fazer um post daqui a uns dias com algumas reflexões em relação ao rumo que o blog vai tomar e outros assuntos do género. Mas hoje, decidi trazer mais uma análise a uma grande obra publicada agora em português, o início de Valérian.
Quando há umas semanas, a ASA anunciou a coleção dedicada inteiramente a uma das maiores bandas desenhadas de ficção científica, em conjunto com o Público, mal pude verdadeiramente conter o meu entusiasmo. Já li algumas histórias de Valérian e Laureline, uma delas até teve um post aqui no blog no ano distante de 2012 mas nunca tive oportunidade de colecionar todos os tomos. Mas felizmente, a ASA possibilitou-me isso e comprei o primeiro volume no dia de lançamento.
O álbum inclui duas histórias como 11 dos 12 livros que integram esta coleção: a primeira, Sonhos Maus, uma abordagem inicial à personagem Valérian, e uma segunda, A Cidade Das Águas Movediças, com um traço e um estilo muito diferentes.
Sonhos Maus é a típica história piloto de banda desenhada franco-belga, muito experimental e sem tomar riscos. O argumento é simples e somos apresentados à nossa personagem (assim como a Laureline, apesar desta ter um papel secundário nesta aventura), ainda desenhado com um estilo mais direcionado ao público juvenil, muito próximo ainda do cartoon. A história é mais curta e sem grande inovação mas consegue ser uma introdução deveras interessante.
A segunda história tem um desenho menos cartoon mas ainda distante do padrão das histórias seguintes da dupla Valérian e Laureline e esta última surge já com maior destaque (mas, por ser uma história dos anos 60, ainda algo obscurecida pelo herói masculino). Há um grande foco no texto e há uma aventura mais complexa, se bem que ainda presa aos padrões esperados das bandas desenhadas juvenis franco-belgas, ou seja, com desfechos simples e pouco aprofundamento das personagens.
Na minha opinião, estas duas histórias são espetaculares. Por ter lido poucas histórias desta dupla, sempre pensei que seria algo complexo, uma ficção científica muito mais intelectual e era isso que esperava logo desde o começo desta coleção; no entanto, apesar do início ser bem diferente daquilo que esperava, a aventura e o ambiente cativaram-me imenso. Não houve vinheta em que ficasse desinteressado ou desmotivado. Ao início, era algo diferente daquilo que mais esperava mas não posso dizer que fiquei desapontado com o primeiro tomo. Na verdade, agora que já estou a ler o segundo álbum, faço automaticamente paralelos com estas primeiras histórias que se distinguem por um estilo mais leve e divertido.
Recomendo então este primeiro álbum, e toda a coleção, penso, mesmo que não sejam apreciadores da banda desenhada europeia. É uma das maiores obras da ficção científica, e algo que não pode ser recriado. Só tenho de ler o resto das aventuras de Valérian.
Sem comentários:
Enviar um comentário