O filme desta semana chegou um pouco mais tarde mas chegou, sendo ele O Clube de Dallas de Jean Marc Vallé.
Esta obra é uma narração da vida do ativista texano Ron Woodroof (Matthew Mcconaughey) após ter sido diagnosticado com SIDA. Deram-lhe apenas 30 dias para viver mas Ron continuou a lutar contra a doença e a contrabandear medicamentos não aprovados para os EUA onde formou com o também doente Rayon (Jared Leto), o clube que dá nome ao filme. Neste grupo, os dois conseguiram vender os medicamentos ilegais como uma aternativa ao aprovado e dado nos hospitais, que tinha diversos efeitos secundários.
O filme é um drama muito bom: a história é comovente e foi gravado de uma forma apelativa ao público geral. É curto, com progressão rápida da história e com personagens carismáticas. Os atores são também excelentes tendo os dois principais ganho o Prémio da Academia de Melhor Ator Principal e Secundário (Mcconaughey e Leto, respetivamente). Também Jennifer Garner tem aqui um bom desempenho como a médica que tenta apoiar Ron no seu processo ativista.
Mas sinceramente, não há muito mais a dizer do filme. Enquanto crónica de uma vida, faz o seu trabalho mas como filme não há nada que o identifique. Sim, os atores são fantásticos mas a realização tem apenas detalhes muito genéricos. Tenta por vezes umas perspetivas mais experimentais mas acho que não se adapta ao tipo de filme. A banda sonora está ausente grande parte do filme para captar alguns momentos mais próximos de um documentário e gostei bastante disso e mesmo quando existe alguma música de fundo, ela é espetacular, demonstrando o ambiente sulista dos EUA. Acho que o filme não sabe exatamente o que deve ser. Por vezes é uma boa história real a ser contada em forma de filme, outras vezes é um filme mais indie. Se não fosse o talento dos atores e pequenos detalhes de filme independente (note-se, não experimental) o filme não seria nada de especial.
Mas sinceramente gostei. É uma história que não conhecia, inspiradora e que consegue fazer-nos pensar sobre a vida. Um drama para lembrar e um marco na carreira deste realizador que de certeza que será celebrado nas próximas décadas. Aliás, esteve em cartaz há pouco tempo o filme Demolição com Jake Gyllenhaal, também de Vallé. Aconselho, sobretudo se procurarem um drama da vida real. Mas não esperem uma obra-prima do cinema. Apenas uma história de desobediência civil impressionante e maravilhosa.
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