Ainda não acabei de analisar a última coleção da Levoir em Portugal mas já comecei a fazer as críticas à coleção atual. Hoje, os dois primeiros volumes desta fantástica coleção, Vingadores: Era de Ultron Volumes 1 e 2.
Tudo começa quando a Vingadora Mulher-Aranha é apanhada numa missão da S.W.O.R.D., uma empresa que lida com agentes extraterrestres. Quando os Vingadores a encontram, descobrem que a sua companheira foi procurar um sinal de energia de um Cavaleiro do Espaço, um ser alienígena que foi trazido pelos criminosos que também raptaram a Mulher-Aranha, um grupo de super-vilões conhecidos como Intelligencia. Os Vingadores derrotam facilmente estes vilões mas descobrem algo terrível: este Cavaleiro do Espaço é o Ultron, a inteligência artificial criada pelo Vingador Hank Pym e destruída várias vezes por inúmeros heróis, sempre em lutas com grandes baixas e muito esforço. Mas Ultron parece ativar-se sozinho e... bem, nunca sabemos o que é que fez pois isto tudo se passa num prólogo, escrito anos antes numa edição extra da revista principal dos Vingadores (curiosamente, tinha lido esta mesma pequena história num volume desta revista e nunca pensei que servisse de prólogo para esta saga) mas no primeiro número da minissaga, descobrimos que tornou o mundo em algo horrível onde tudo é vigiado por robôs Ultrons. Nesse primeiro número, Clint Barton, o Gaviao Arqueiro, tenta salvar Peter Parker, o Homem-Aranha, de uns criminosos que o querem vender ao Ultron, segundo o que eles dizem. Barton apresenta-se muito violento mas consegue salvar Parker e levá-lo a um abrigo onde se encontram o que resta dos heróis que iluminavam o mundo. Lá, abatidos e sem esperança, tentam arranjar maneira de derrotar o Ultron. Decidem então procurar um antigo abrigo de Nick Fury na Terra Selvagem e utilizar um dispositivo de viagens no tempo para ir ao futuro acabar com Ultron. Claro que apenas vai uma pequena equipa e Wolverine, um dos que fica decide ir então ao passado e matar Hank Pym antes que ele construa a máquina que levará o mundo a este futuro. A Mulher Invisível, desobedecendo a ordens vai com ele.
Claro que tudo se revela muito mais complicado mas a história progride bem.
O meu maior problema: o paradoxo temporal. Isto consiste num viajante no tempo como Wolverine e Mulher Invisível irem ao passado matar Hank Pym para que Ultron não exista simplesmente porque Ultron existe. A causa: o terrível genocídio causado por Ultron levou a que os dois viajantes fizessem o efeito (matar Pym). Mas já foi tão usado e desculpado que nem pode ser considerado um erro...
As personagens parecem algo fora do contexto. No início, os heróis estão realmente abalados com a morte de grande parte dos seus amados mas depois parece que já nada mudou e que esta é simplesmente uma missão de enfrentar um vilão como qualquer outra. Algo normal para uma história feita quase exclusivamente para vender.
O estilo de arte incomoda-me um pouco com as suas mudanças. A mudança de estilo a acompanhar a mudança de local ou de era temporal não é nada de novo mas até funciona bem. Bryan Hitch mostra-se como um grande desenhador e lendas como Carlos Pacheco mostram que ainda conseguem fazer uma arte espetacular mas resumidamente, os desenhos não impressionam.
Na minha opinião, Bendis fez um bom trabalho mas esta fica muito longe de ser a minha saga de super-heróis preferida. É boa, mas o tema de viagens no tempo e de linhas paralelas sem nada de especial parece-me banal. Como fã de viagens no tempo, posso dizer que esta obra não tem o sentido que poderia ter e mesmo com o paradoxo, podia ter algo de identificativo, mas não. Baseia-se simplesmente em viagens no tempo com paradoxos e um ou dois momentos (como a hora de Wolverine tomar as decisões ou a Viúva Negra nos primeiros capítulos da história) realmente bons.
Fica ainda o meu conselho: depende do que quiserem ler. Não leiam isto a querer ler uma história de viagens no tempo revolucionária nem esperem uma história de super-heróis com personagens bem exploradas. Mas se quiserem apenas uma saga típica de Bendis, não procurem mais. Para nota, dou um B-. É bom mas não faz nada de especial ou mesmo extraordinariamente bem feito. Lê-se bem e para uma história de Bendis fica um pouco atrás das histórias a que nos habituou. Mesmo assim, uma leitura bastante boa.
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