Em primeiro lugar tenho de pedir desculpa por não ter escrito no blog regularmente nos últimos meses. Deve-se ao facto de não ter muito tempo para o fazer já que tenho muito trabalho da escola para me ocupar os dias e, por muito que eu queira mudar isso, parece que vai continuar durante mais algum tempo essa indisponibilidade.
Numa nota mais positiva, venho hoje analisar Rogue One: Uma História de Star Wars, o mais recente filme da saga a chegar aos cinemas. Rogue One, ao contrário dos filmes mais conhecidos da saga, é um spin-off, ou seja, trabalha com novas personagens e não tem uma verdadeira relação com os outros filmes. Na verdade, é um filme totalmente diferente. Não há Luke ou mesmo Obi-Wan, não há um jedi como ponto central do filme, não há batalhas de sabres de luz e não há sequer música de John Williams, o conhecido compositor de todos os filmes da saga até ao momento, responsável por temas que todos conhecemos e adoramos.
E o realizador, Gareth Edwards, tentou fazer isso mesmo: ser diferente de tudo. Depois do indie Monstros e do reboot de Godzilla, Edwards aventura-se numa das maiores sagas do cinema. Traz-nos então a história de Jyn Erso, a filha de um cientista imperial que está a construir a Estrela da Morte, a ameaça de Uma Nova Esperança, o primeiro filme de Star Wars. Jyn Erso é levada por Cassian Andor à base da rebelião em Yavin 4 onde lhe dizem que é necessário encontrar o seu pai, para que a Estrela da Morte não pode ser construída.
Rogue One é um filme em que a história não é muito importante. A partir do momento em que temos a sua premissa, só é necessário desenvolvê-la já que o fim é conhecido de todos os que viram Uma Nova Esperança. Devia então basear-se nas personagens mas é aí que está o maior problema do filme. Para além de Jyn, bastante bem interpretada por Felicity Jones, especialmente nos momentos mais dramáticos, as personagens são muito uni-dimensionais. Cassian é desenvolvida, sim, mas sinto que não foi bem interpretado pelo ator. Parece ter um ar muito inexpressivo face às situações que enfrenta. Já o seu companheiro K-2SO, interpretado por Alan Tudyk, é um droid engraçado e que é realmente prestável em situações de combate. Tem um humor parecido ao de C-3PO mas eu achei-o mais engraçado do que o clássico droid de protocolo. Baze Malbus e Chirrut Imwe são personagens bastante carismáticas mas não são muito desenvolvidas. Algo me diz que os dois ainda vão ter uma série de bandas desenhadas da Marvel para aprofundar a sua relação. E por último temos Bodhi Rook, um piloto imperial que decide desertar. Eu acho que é uma personagem muito bem trabalhada mas que merecia mais tempo de ecrã.
E tenho de falar sobre Tarkin em CGI, uma decisão de reviver a personagem de Peter Cushing para uma aparição no filme. Sinceramente, preferia que tivessem escolhido um novo ator. Fizeram-no para Mon Mothma, que tem um papel muito pequeno mas não o fizeram para Tarkin, um dos vilões principais do filme. O trabalho em CGI está bastante bom, mas não acho que seja melhor face à escolha de um novo ator.
Considero ainda que há uma discrepância algo grande em termos do ritmo do filme: a primeira parte concentra-se num arco menos interessante, enquanto que a segunda é fantástica, tendo uma das melhores batalhas da saga de sempre. Mas no fim do filme, saí feliz e concordei com muitas críticas que consideram este um filme muito bom. As personagens não têm o desenvolvimento devido e a primeira parte tem uma certa falta de cenas emocionantes mas as referências ao Universo Expandido são perfeitas (exceto a participação de Saw Guerrera, nada parecido com a personagem de Clone Wars), a batalha final é muito boa e todas as grandes façanhas digitais são impressionantes. Incomodei-me ligeiramente com a banda sonora por ter elementos da música dos filmes clássicos mudados o suficiente para ser considerado original mas não para parecer original ao ouvido dos espectadores. E como um todo, o filme é mesmo muito bom e é sobretudo uma carta de amor aos fãs da série: cada personagem já existente, cada referência ao Universo Expandido, cada arma e nave e mesmo o estilo das personagens que parecesse fiel ao filme de 1977 serviram para demonstrar o trabalho que foi posto neste trabalho. Recomendo-o então, mas não façam dele o primeiro filme a verem desta maravilhosa saga. Vejam todos os outros e no fim comprem um bilhete para esta história emocionante.
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