Encontre mensagens mais antigas

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

As Minhas Leituras - Monstress: Volume Um - Despertar

Graças a uma recente parceria com a editora Saída de Emergência, que explica o logótipo na parte lateral do blog, foi-me enviado o primeiro volume de Monstress, Despertar. Trago hoje então a crítica a  este maravilhoso livro, da autoria de Majorie Liu e de Sana Takeda.
O livro começa com a nossa personagem principal, Maika Meiolobo, a ser vendida como escrava num leilão. Depois de comprada por uma Cumaea, uma ordem de freiras cientificamente avançada, Maika revolta-se e procura uma antiga amiga da sua mãe, Yvette, também uma freira, que tem um fragmento de uma poderosa máscara, um objeto que a nossa protagonista procura. E, com todas as Cumaea à sua procura e um poder descontrolado que habita dentro dela, Maika tem de encontrar respostas às questões levantadas por uma fotografia que viu nos aposentos de Yvette. Num breve resumo, esta é a história. Isto se quiserem uma má descrição dela, pois na verdade toda a aventura é mais complexa. Em primeiro lugar, somos contagiados por um excelente mundo de fantasia, refrescante para a nossa década e que não responde a todas as perguntas de uma só vez. Pelos diálogos e pelos flashbacks de Maika com a sua amiga Tuya, vamos recebendo algumas informações sobre uma guerra que assolou este mundo e temos ainda na página final de cada capítulo, uma explicação relativa às raças ou a certas personagens mencionadas ao longo da narrativa. Em segundo lugar, há uma panóplia de intervenientes na ação, desde um grande número de Cumaea, alguns companheiros de Maika e, mais para o fim do livro, os membros da Corte do Ocaso. E todas as personagens são capazes de cativar minimamente os leitores, até mesmo as Cumaea que aparecem em meia dúzia de páginas até a Corvin, um membro da Corte do Ocaso muito carismático. 
Também todo o mundo é incrivelmente detalhado. Cada espécie tem os seus costumes e, apenas ao olhar para o mapa do fim do livro, apercebemo-nos de que não conhecemos nem perto de metade dos locais assinalados. E isso é algo que quero ver nos livros seguintes: Maika é a protagonista ideal para viajar por todo o mundo. Desde os Humanos aos Anciãos, todos querem capturar ou pelo menos chegar até ela, dando-lhe oportunidade de percorrer este mundo tão extraordinário.
Agora, se aconselho o livro? Sim: é de facto uma história com inúmeras vertentes. Começa com um primeiro capítulo que se assemelha aos filmes de vingança e passa para uma história sobre o medo e o passado de alta categoria. Em cada página são introduzidos novos elementos que mantêm o leitor curioso e é de extrema facilidade identificarmo-nos com as personagens. No argumento, conseguimos ficar abismados com a mudança de sentimentos, que vão desde a solidão à raiva, da compaixão à crueldade. A arte também contribui para isso, numa arquitetura muito bem idealizada e com cenas de violência grotesca inimagináveis. Ao todo, é criada uma bela história sobre as cicatrizes da guerra, sobre o descontrolo, sobre a força de vontade e sobre a confiança. Com um elenco maioritariamente feminino, e uma das melhores personagens na sua frente, este livro é uma compra obrigatória.
Mesmo assim, sei que certas pessoas podem não ficar muito entusiasmadas por ser um lançamento de uma editora com poucos livros de banda desenhada no seu catálogo. Confesso que tive essa dúvida antes de começar a ler o livro mas depressa de desvaneceu: o profissionalismo da Saída de Emergência fazem esta obra rivalizar com outras de editoras exclusivas de banda desenhada e a editora merece o voto de confiança, para que mais livros possam ser publicados por ela. A edição é excelente, com papel e capa de grande qualidade, sem mencionar a tradução bastante apelativa.
Concluindo: a Saída de Emergência traz desta vez um grande livro, uma excelente história a que poucos ficarão indiferentes. Dando um novo significado ao género de fantasia, esta narrativa brutal e sentimental é aconselhada por mim a todos os que apreciem mundos grandiosos e protagonistas fortes e refrescantes. Monstress é altamente recomendado.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Lançamentos: Naruto Volume 27 e Tokyo Ghoul Volume 8 Pela Devir

Apesar de já vir com bastante atraso, ainda deixo aqui os lançamentos da editora Devir relativos ao mês de agosto. As notas informativas provêm da editora, assim como as imagens e as fichas técnicas.




Naruto - Volume 27 - Despertar de Masashi Kisimoto

Sakura, Sasuke e Naruto separam-se para darem início aos treinos. Além disso, inicia-se uma viagem ao passado que finalmente irá revelar a verdadeira história do mais bem guardado segredo de Kakashi! Neste volume termina a 1ª parte da história de Naruto. História cheia de ação e comédia, dirigida a um público Shonen composto maioritariamente por jovens rapazes. O seu mote é amizado, esforço e vitória. Naruto foi originalmente publicado na Shonen Jump, revista fundada em 1968, com uma tiragem semanal máxima de 6.5 milhões de exemplares nos anos 80.
Ficha técnica
Formato: 126 x 190 mm
188 páginas da preto
ISBN: 978-989-559-381-1
EAN: 9789895593811
Preço: 9,99 € PVR
Edições Devir


Tokyo Ghoul - Volume 8 de Sui Ishida


Ao desencadear uma força monstruosa para proteger Toka, Kaneki muda irremediavelmente, iniciando uma busca solitária, para descobrir a verdade sobre a organização Aogiri Tree e sobre si próprio.

História de estilo realista, com mais trama, traços mais trabalhados e um trabalho de estrutura de página mais criativo, dirigina a um público Seinen, que significa homem jovem. É uma categoria de mangá maioritariamente dirigida a jovens adultos do sexo masculino dos 15 aos 30 anos.
Ficha técnica
Formato: 125 x 190 mm
220 páginas a preto
ISBN: 978-989-559-367-5
EAN: 9789895593675
Preço: 9,99 € PVR
Edições Devir

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Lançamento: One-Punch Man Volume 3

Apesar de começar hoje setembro, ainda irei publicar alguns lançamentos de manga da editora Devir do mês de agosto. Hoje trarei um dos mais esperados por mim, um livro que comprarei em breve, One-Punch Man Volume 3. Fiquem com a nota da editora.


ONE-PUNCH MAN - Volume 3

Argumento One
Desenho Yusuke Murata


Apesar das suas vitórias impressionantes, Saitama continua a ser um herói desconhecido... até encontrar Genos e ambos decidirem realizar o teste para a Lista dos Heróis.

Será que conseguem passar?


Deixo também a capa da edição portuguesa e a ficha técnica.

Ficha Técnica
Formato: 125x190 mm
212 páginas a preto
ISBN: 978-989-559-382-8
EAN: 9789895593828
Preço: 9,99€ PVR
Edições Devir

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

As Minhas Leituras - One-Punch Man Volumes 1 e 2

O humor nos animes e nas mangas é um dos aspetos que mais me desilude quando vejo ou leio uma série. Encontrar uma história nestes meios que tenha boas piadas, personagens engraçadas e seja verdadeiramente cómica pode ser uma tarefa difícil. No entanto, quando há cerca de ano e meio vi One-Punch Man, uma das maiores referências do género, fiquei extremamente feliz. À exceção de Haruhi Suzumiya, de Clannad e de Konosuba, poucos foram os animes que me fizeram rir e este One Punch Man era definitivamente mais um para se juntar a essa lista tão restrita.
E devem imaginar a minha alegria quando soube que a Devir ia publicar a manga que deu origem ao anime em português. Comprei o primeiro volume pouco depois de
ter saído mas só agora, agora que acabei o segundo, é que encontro tempo para os analisar.
Mas o que é One-Punch Man? Originalmente é um webcomic escrito e desenhado por One, um autor muito talentoso mas com alguns problemas no desenho. Felizmente, Yusuke Murata decidiu escrever ao autor original e pedir-lhe o lugar de desenhador da série. Assim, nasceu One-Punch Man como vem aqui publicado, uma série de manga com excelentes desenhos e uma história muito boa. 
A nossa personagem principal é Saitama, um herói nos tempos livres, que escolheu sê-lo para escapar aos aborrecimentos de uma vida normal. Mas mais do que seria de esperar pela figura, o protagonista é incrivelmente forte: com apenas um soco, consegue destruir qualquer inimigo desde terroristas a monstros. Com ele está Genos, um ciborgue que também tem poderes extraordinários mas que precisa de ter um mestre como Saitama para ficar ainda mais forte. E é assim que estas duas personagens criam muitas situações cómicas: desde Genos a aborrecer Saitama com a sua história de origem, a uma luta terminada abruptamente para que os nossos heróis possam aproveitar as promoções do super-mercado local, a química entre os dois seres de poderes fantásticos torna esta série espetacular.
Mas One-Punch Man é muito mais do que isso: para além de todo o potencial cómico que me faz rir durante capítulos inteiros, há ainda um cuidado muito notável nas cenas de luta, sempre de forma a parodiar animes de ação populares. E, parecendo que pode sair do tom, nestes dois volumes são colocados momentos de intenso dramatismo que são meticulosamente quebrados em pontos de interesse cómico, não deixando que One-Punch Man se torne demasiado sério, o que mantém uma fluidez ao longo dos livros.
Sinceramente, esta é uma das melhores séries de banda desenhada em publicação. Apesar de ter visto o anime, continuo a achar refrescante esta leitura de material que foi integralmente adaptado na série de 12 episódios. A edição portuguesa da Devir é muito boa, tendo sido escolhido um tipo de papel (e especialmente de capa) muito agradável, para além da tradução ser impecável, com excelentes alterações de certos elementos para algo mais acessível a leitores portugueses, sem estragar de maneira alguma a leitura.
Aconselho vivamente a aquisição destes livros. Assim que adquirir o terceiro volume em português, escreverei também uma crítica para o blog. Por enquanto, comprem e leiam esta brilhante história.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

As Minhas Leituras - Valérian - O Império dos Mil Planetas / O País Sem Estrela

Com várias semanas de atraso, trago hoje a crítica ao segundo álbum duplo de Valérian, da atual coleção da ASA, que inclui O Império dos Mil Planetas e O País Sem Estrela
A primeira história, que serve de principal inspiração para o filme da personagem que estreou no mês passado, é considerada a primeira aventura de Valérian no estilo que tanto marcou esta banda desenhada. Já inclui o traço clássico da personagem e no argumento há já uma história mais complexa, com um vilão diferente do típico rival que caracteriza o primeiro álbum e há até um estudo de toda uma sociedade. Sinceramente gostei bastante deste verdadeiro começo mas penso que o desfecho é muito repentino e que há, assim como na história anterior, demasiadas cenas curtas. Essas cenas levam a que pareça uma aventura mais rápida, sem desenvolvimento das personagens nem do mundo que é tão rico. No final, penso que foi dado muito pouco impacto aos acontecimentos e que não houve uma conclusão digna da história. No entanto, é uma grande aventura, com desenhos muito bonitos, incluindo numas duas ou três pranchas de uma vinheta só, em que se destaca o desenho de Méziéres. Considero ainda que os diálogos são extraordinários e que se deu um aprofundamento das personagens principais que as tornou muito mais humanas.
A segunda história tem também o desenvolvimento de um mundo estranho mas de forma muito melhor pensada e executada. Acho que até agora foi a melhor história. A arte continua a ser maravilhosa e é a primeira vez que se abordam os papéis de género e a luta contra a dominância destes, um aspeto que se torna numa das maiores marcas desta saga em relação a outras bandas desenhadas. É ainda a aventura em que Laureline mais se destaca e em que é vista como igual face a Valérian.
Concluindo, este segundo tomo da coleção da ASA, em parceria com o jornal Público, é mais uma grande coletânea de uma das maiores séries da banda desenhada mundial e aconselho vivamente a todos os fãs da nona arte. Se não gostaram ou acharam que o primeiro volume da coleção não era tão bom assim, recomendo que tentem mais uma vez com este pois é o primeiro feito no estilo que define esta saga espacial tão bem. Uma leitura obrigatória!

domingo, 13 de agosto de 2017

Cinema: A Beleza Poética de Paterson

Uma das artes que mais me entusiasma é sem dúvida o cinema. E ao longo dos últimos meses, cada vez mais gosto de cinema artístico, independente e sem ser dominado pelo entretenimento e receitas. Não é que desgoste de filmes blockbusters ou filmes mais apelativos ao grande público, apenas prefiro o cinema de autor. E é um desses filmes que decido trazer hoje ao blog, o filme do ano passado que só chegou este ano a grande parte do mundo (no seu lançamento em 2016, só teve projeções em festivais) Paterson.
O filme apresenta-nos a melancólica cidade de Paterson, Nova Jersey, uma cidade industrial onde habita o nosso protagonista, um condutor de autocarros, casado, que reside numa casa mais próxima dos subúrbios da cidade. Ao longo dos seus 118 minutos, a obra acompanha a rotina do motorista, também ele chamado Paterson e interpretado pelo ator Adam Driver, durante uma semana normal nessa cidade. Vemos a sua hora de acordar, sempre por volta das 6 horas e 15 minutos, o seu beijo de bom dia à sua mulher (Golshifteh Farahani), o seu pequeno almoço de cereais e a sua caminhada até à estação, assim como o seu percurso sempre com passageiros diferentes no autocarro 23 e o seu regresso a casa, endireitando a caixa de correio, para além do passeio noturno com o seu cão. O que pode parecer monótono, acaba por se tornar algo maravilhoso: esta rotina está cheio de momentos que enriquecem esta cidade e que acabam por aligeirar o filme ao haver leves momentos de humor entre as conversas dos passageiros do autocarro ou enquanto Paterson bebe a sua cerveja num bar próximo.

Resultado de imagem para paterson


Para além disso, e este é o principal ponto do filme, a personagem de Driver vai escrevendo poesia num pequeno caderno que anda sempre com ele e os versos são inspirados por objetos do seu quotidiano, coisas tão simples como uma caixa de fósforos. Este estilo é muito semelhante ao do poeta William Carlos Williams, um poeta americano conhecido por, entre muitas outras obras, um poema denominado Paterson. Há muitas menções a este poeta durante o filme já que é uma inspiração para o nosso protagonista.
A meu ver, este é um dos melhores filmes dos últimos tempos: há uma leveza que nos é apresentada pelo estilo algo deprimente mas com uma personagem extremamente calma como esta, que não se deixa abalar pelas outras situações que o envolvem. Toda a equipa do filme se esforçou para criar um ambiente interessante que nos dá a sensação de que visitámos mesmo Nova Jersey por uma semana. É gravado com técnicas interessantes de realização, especialmente nas cenas de poesia e há planos que ficam gravados na mente do espectador. Se tivesse algum problema seria o estilo dos poemas que não me agradou tanto quanto pensava que me iria agradar mas eu não sou nenhuma autoridade em poesia e é algo simplesmente subjetivo. Ao fim do dia (ou da semana), este é um dos melhores filmes que vi e uma obra que hei-de rever vezes sem conta. Ainda está em certas salas e recomendo que o vejam.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

O Regresso do Blog

Para os leitores mais antigos do blog, é sabido que já foram muitas as fases que dominaram este blog. E, ultimamente, o blog não tem tido posts nenhuns. Ao longo dos últimos meses tenho tido muito trabalho e muito pouco tempo para aqui escrever. Mas isso vai mudar. O próximo ano letivo será um ano muito mais relaxado e, controlando bem o tempo, poderei fazer dois ou três posts mensais, e isto para não fazer promessas que poderei não cumprir. Se calhar vou conseguir escrever vários posts por semana mas não o quero dizer para o caso de não o poder cumprir.
No segundo ponto, gostava de escrever sobre o tipo de posts que este blog vai albergar. Em princípio, as análises a livros de banda desenhada continuarão a ser recorrentes e esse vai ser o foco do blog. A banda desenhada é uma arte que continuo a apreciar, talvez agora mais do que há uns anos, mas o blog foi-se lentamente tornando num espaço mais dedicado a outros lados do entretenimento artístico. Quero voltar aos tempos de uma quase exclusividade da bd sobre tudo o resto e posts da rubrica As Minhas Leituras serão algo constante. Análises a filmes, outra arte que muito prezo, também estarão mais presentes, apesar de a rubrica Um Filme Por Semana estar cancelada - o trabalho que tinha em trazer um post deste tipo semanalmente era imenso e surgiu numa época em que era cada vez mais difícil arranjar tempo para me dedicar à escrita. Também os ECE, que eram posts que se escreviam com relativa facilidade estarão de regresso, mas talvez com menor presença do que a que tinham há um par de anos atrás. Talvez vá ainda criar novas rubricas para o blog mas estou a deixar isso em aberto. O wordpress que criei no ano passado foi completamente descontinuado para me focar neste blog totalmente.
Por agora é tudo. Quero realmente revitalizar o blog e trazer de volta a atividade frequente e de qualidade. A frequência não vai superar os seis posts diários que trazia há uns cinco anos mas a qualidade será superior a tudo aquilo que fiz até agora, se tudo correr bem. Espero que fiquem desse lado e obrigado por esperarem tanto tempo. E, se acabaram de chegar, espero que gostem!