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terça-feira, 9 de junho de 2015

As Minhas Leituras - Batman: Ano Um

Uma das minhas sagas preferidas de banda desenhada é Demolidor: Renascido. Tem aspetos trágicos que nunca pensei que pudessem ser incluídos numa história de super-heróis mas sem nunca esquecer o seu herói e os combates e típicos coadjuvantes de uma história da Marvel "normal". Devido a isto, esperava que Batman: Ano Um, uma banda desenhada do mesmo par de autores, Frank Miller e David Mazzucchelli, fosse também uma excelente obra, capaz de me mostrar aquilo de que uma boa prequela é capaz. Quase que acertei.

Capa de uma das edições

Batman: Ano Um centra-se em três histórias: duas principais e uma secundária que considero também importante.
Numa, Jim Gordon chega a Gotham e começa como detetive a descobrir toda a corrupção que existe dentro da polícia. Os seus métodos são os normais de um polícia em qualquer outra cidade paa além de Gotham. Gordon cria algumas rivalidades com colegas que acham os seus métodos demasiado honestos ou com pessoas por detrás de toda a corrupção. Alguns destes tentam mesmo "tirá-lo do caminho" mas Gordon reage utilizando os métodos que fazem parte de um verdadeiro polícia de Gotham.
Gordon envolve-se também com a colega detetive Sarah Essen que pensa que este novo criminoso (aos olhos da polícia) Batman é na verdade Bruce Wayne. Apesar de tudo, Jim Gordon acaba por confiar em Batman e decide não o tornar num dos mais procurados de Gotham.

Noutra história, Bruce Wayne regressa a Gotham depois de anos de treino a prepará-lo para uma e uma só missão: livrar a cidade de crime. Wayne procura assim tornar-se num herói mascarado e decide usar um fato que lembre um morcego para diminuir o tempo de reação dos criminosos que atacar. Assim nasce Batman. Começa a diminuir o crime mas levanta demasiado a sua fasquia pessoal, atacar Falcone, o grande chefe da máfia da cidade. Mesmo assim, Gordon confia neste homem mascarado e Batman ganha também um dos seus aliados mais importantes, Harvey Dent, o Procurador de Gotham.

Bruce Wayne a ponderar usar um fato de Morcego

A terceira história é a de Selina Kyle, a Mulher-Gato que começa a acreditar tanto na força de Batman como na de Jim Gordon e tenta também ajudar a livrar a cidade de crime. Mesmo assim os seus ideais são diferentes e pretende apenas safar-se a si própria do que a toda a cidade.

Basicamente a história é espetacular. Charles Darwin disse uma vez que "O Homem, com suas nobres qualidades, ainda carrega no corpo a marca indelével da sua origem modesta". Apesar desta citação se referir à evolução, é fácil relacionar com a obra. Personagens exploradas em tantas obras ao longo de tantos anos precisavam de uma origem que não as introduzisse como grandes heróis. Primeiro vem a origem, depois vem o heroísmo. E Frank Miller explorou isso de uma das melhores maneira possíveis.

Quanto aos desenhos, a arte de Mazzucchelli é diferente da da obra de Demolidor. O traço não é tão certo e as ações das personagens parece menos humano o que até pode ser interpretado como uma metáfora para com a falta de humanidade da população de Gotham. O desenho centra-se também demasiado no pormenor deixando o grande plano menos "rico" em conteúdo.
Para além de tudo isto, tem de se elogiar o diálogo e pensamentos de personagens escritos de maneira espetacular.


Capa da última edição do volume

Apesar de ter tentado evitar fazer demasiado isto, não consegui acabar esta análise sem comprar com a obra já referida dos mesmos autores, Demolidor: Renascido. A história da Marvel aproxima-se mais de um romance tendo pequenas cenas com muitas personagens. Esta foca-se mais naqueles pequenos enredo e estabelece uma pequena ligação entre os três. A outra tem mais que ver com redenção e é mais um épico trágico do que uma história de super-heróis. Este livro tenta ter um espírito clássico da banda desenhada dos anos 80 sem se preocupar tanto com a revolução em termos de argumento. Nos desenhos nota-se muito a diferença já que a de Demolidor foca-se no realismo da história e das personagens enquanto que os desta tentam retratar a falta de humanidade que Gotham tem.

Concluindo, Miller e Mazzucchelli fizeram uma excelente história que, apesar de não estar tão boa quanto a outra obra que li da dupla, traz excelentes aspetos para as três personagens centrais e tem diálogos e cenas que mostram tudo o que a dupla consegue fazer.

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